Desde 1972, comemora-se em 5 de junho o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas com o objetivo de servir como âncora para campanhas de conscientização e reuniões anuais de líderes globais. Passados mais de 50 anos, alguns avanços nas negociações internacionais foram alcançados, como o estímulo à transição para fontes de energia renováveis. Contudo, o tempo que nos separa da criação da data marca um giro fundamental: hoje nossa visão sobre o meio ambiente é um mais complexa do que aquela dos anos 1970.
No Brasil, duas conferências celebradas nesta data marcaram a história do movimento ecológico: foram duas edições da chamada “Cúpula da Terra”, conhecidas como Eco-92 (em 1992) e Rio+20 (em 2012). O primeiro encontro foi essencial para lançar as bases do que cinco anos mais tarde se tornaria o Protocolo de Kyoto, o primeiro acordo internacional de redução nas emissões de gases do efeito estufa. A poluição do ar gerada principalmente de gás carbônico e metano é apontada como uma das causas do aquecimento global na superfície terrestre. Na prática, acordos como esse obrigam as nações a elaborarem um vasto e exigente trabalho de revisão dos processos e plantas industriais em seu território. Toda uma geração de pessoas teve contato com a questão ambiental através dessa discussão e das subsequentes campanhas de conscientização sobre o tema, ligando, para a opinião pública, a preservação do meio ambiente e o problema dos transportes alimentados por gasolina e diesel.
Desde então, importantes mudanças aconteceram a respeito da compreensão sobre os problemas ambientais – e isso se deve principalmente a dois fatores: o trabalho dos climatologistas e a maior atenção às cosmovisões indígenas. Hoje não se pensa mais na natureza como fonte de fornecimento de recursos para o usufruto humano, muito menos nela como provedora inesgotável de bens naturais. Atualmente, o debate engloba diversas questões que vão da biodiversidade e do manejo agroflorestal à soberania alimentar, do extrativismo colonial à atual crise climática. Tudo se comunica na biosfera: estudos apontam que experimentos atômicos realizados nas ilhas do Pacífico possam ter causado depósitos de plutônio no fundo de um lago no Canadá.
Em 2025, é preciso ter em mente que essa é uma questão urgente e “global”, isto é, que as ações em prol da preservação do meio ambiente devem ser ações coordenadas em âmbito internacional, para garantir que o planeta mantenha suas condições de habitabilidade para as gerações presentes e futuras.
Texto de Anelise de Carli
Arte de Chana de Moura